Servidores do SUS Contagem integrantes do projeto Meu Rolê e seus familiares participaram da “II Mostra Meu Rolê: o que os Crias criam no território do brincar?”, na última sexta-feira (1/11), lotando o auditório da Faculdade UNA Contagem. O momento foi de troca de experiências, roda de conversa, apresentações, expressões artísticas e muita alegria ao celebrar também os três anos do projeto, que se consolidou no município.
A mostra reuniu a sensibilidade e a potência das atividades produzidas pelos rolezeiros - como são chamadas as mais de 200 crianças e adolescentes que participam do projeto - e seus educadores sociais. Atualmente, o “Meu Rolê” é realizado em 18 pontos da cidade e desenvolve ações que compõem o cuidado, a atenção integral e a proteção de crianças e adolescentes. Dentro dessas ações, são realizadas oficinas de pintura, desenho, dança, audiovisual, escrita criativa, grafite, artes e cinema. Além dos passeios com os usuários, ou seja, os rolês serem feitos em diversos pontos culturais da cidade com o objetivo de ocupar estes espaços.
Na mostra foram exibidos alguns trabalhos artísticos produzidas pelos "rolezeiros". Fotos: Ronnie Von/PMC
Na abertura da II Mostra, uma boa notícia foi dada pela superintendente de Redes de Atenção em Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Júlia Diniz. “Vamos para a Câmara Municipal, pois o “Meu Rolê” vai virar projeto de lei, pois queremos dizer para a cidade que não podemos perder isso num futuro próximo. Esse é o reconhecimento da importância e da força do projeto dentro dos territórios. Vamos apostar nesta prática de circularmos em todo o município trazendo o brincar e a arte, como forma de expressão e cuidado com as crianças e adolescentes”, disse.
A diretora de Saúde Mental da SMS, Patrícia Chompré, agradeceu a todos os profissionais, usuários e familiares presentes pelo envolvimento e comprometimento com o projeto, o que fez dele um sucesso para a integração de todos. “É uma emoção enorme estar aqui hoje. Podemos aprender o cuidado por meio da arte. Praticar a acolhida, a escuta, a inserção nas oficinas e nos esportes é fundamental para a continuidade do projeto”, disse.
A rolezeira da região Sede, Laura Cardoso de 11 anos, se reúne toda quarta-feira com seus novos amigos do “Meu Rolê”. “A gente brinca, faz atividades, desenhos, pinturas, mas o importante é se divertir. Aqui fiz meus melhores amigos. Meu professores me acolheram, me sinto segura com eles e que posso ser verdadeira. Minha psicóloga é a mais simpática. Amo muito todos eles”, disse.
Já a mãe do rolezeiro Juliano, Eliete Firmino, que participa do “Meu Rolê” com o filho na região Ressaca conta como o projeto ajudou a inseri-lo socialmente. “As oficinas tiraram ele de dentro de casa, ele era recluso e tem dificuldade de socialização por causa do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Nós insistimos e coincidiu que quando conseguimos levá-lo, ele ajudou a pintar o muro do Centro de Atenção Especializada Ressaca. Isso abriu as portas para ele, pois como o desenho é o hiperfoco dele, ele adora. Muito obrigada a todos!”, agradeceu.
Como fazer parte do “Meu Rolê”?
Para participar do “Meu Rolê”, a porta de entrada é a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência. Os usuários passam por uma avaliação do caso e a unidade realiza os encaminhamentos necessários. O projeto é voltado para crianças e adolescentes, de seis a 18 anos.